quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

O valor da Educação

Entrada para o Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra

O Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra foi o local eleito para a realização da 1.ª edição do ciclo de conferências Edutalks, promovido pelo EDULOG, think tank da Educação da Fundação Belmiro de Azevedo.

A partir do estudo “Que perceções têm os portugueses sobre o valor da educação?”, dedicou-se a tarde à análise e à discussão, em maior detalhe, sobre as principais conclusões deste retrato da sociedade portuguesa e do valor que esta atribui à Educação.

Intervenção de Orlanda Tavares


A sessão iniciou com a intervenção de Orlanda Tavares (investigadora no Centro de Investigação de Políticas de Ensino Superior e Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior), que contextualizou o estudo, apresentando os seus objetivos, método e caracterização da amostra.

O foco da sua apresentação incidiu nas principais conclusões do estudo, tendo o “valor da educação” sido analisado em função de quatro variáveis: sexo, nível de escolaridade, idade e região. As principais conclusões apontaram para o seguinte:



Variações por sexo
  • As aspirações educativas são mais altas nas mulheres do que nos homens;
  • A intenção de continuar os estudos é mais alta nos homens;
  • As mulheres referem como obstáculos a falta de tempo e disponibilidade por razões familiares;
  • Os homens referem como obstáculos a falta de tempo e a disponibilidade por razões profissionais.

Variações por nível de escolaridade
  • O nível de aspiração é baixo (p. ex.: detentores do nível B1, aspiram atingir o nível B2; detentores do nível B2, aspiram o B3);
  • A escola é mais desvalorizada pelas famílias com menor nível de escolaridade;
  • Pessoas menos qualificadas sentem menos vontade de se envolver em formação profissional.

Variações por idade
  • Quanto maior a idade, menor o desejo de ter níveis de escolaridade mais altos;
  • Os jovens têm mais aspirações para terem o ensino superior;
  • Os jovens mais qualificados são os que frequentam mais as ações de formação profissional.

Variações por região
  • O ensino superior é mais ambicionado na região de Lisboa;
  • Alentejo, Algarve, Madeira e Açores são as regiões onde menos se valoriza a educação.


Mesa Redonda "Que perceções têm os portugueses sobre o valor da Educação?"


Foi, porém, durante a mesa redonda - moderada por Bárbara Wong (jornalista do "Público") e Pedro Sousa Tavares (jornalista do "Diário de Notícias") e que contou com a presença de Cristina Rocha e João Caramelo (docentes na FPCEUP) e Orlanda Tavares – que se tocou no tema da Educação e Formação de Adultos. Os jornalistas recordaram o “Programa Novas Oportunidades” e lançaram a questão à mesa: até que ponto estes planos fazem falta e como podem contribuir para melhorar a Educação?
As respostas não surpreenderam e reforçaram aquilo que nós – profissionais de EFA, que tateámos a realidade, que vivemos nos e dos contextos e lidámos com centenas de adultos e de histórias de vida – sabemos e sempre soubemos: a Educação e Formação de Adultos é importante para a promoção e fruição da cultura, mas é também o campo, em matéria de Educação, que mais tem oscilado em função das sucessivas reformas governamentais.
Não apenas (mas também) por isso, reunir-nos-emos este sábado, também em Coimbra, num evento promovido pela ANALCE e que contará com a presença do Doutor Gonçalo Xufre (Presidente da ANQEP), do Doutor João Costa (Secretário de Estado da Educação) e de vários especialistas na área.

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